Para
algumas mães, a dificuldade começa antes de chegar ao chuveiro. Elas
precisam chamar, pedir e insistir para que a criança entenda que é
preciso. No entanto, as complicações não param por aí. O banho dos
pequenos requer supervisão constante e alguns cuidados especiais. O
ideal é que um adulto esteja junto até, ao menos, os seis anos. Afinal,
um descuido pode resultar em afogamentos, quedas e lesões.
A palavra-chave na hora de dar banho é atenção.
Portanto, é importante que as mães se planejem para que não falte nenhum
item na hora do banho, assim as crianças nunca ficam sozinhas, nem
mesmo por pouco tempo. O melhor é deixar tudo pronto e por perto e só
depois colocá-las na banheira. Além disso, como os pequenos têm a pele
mais sensível e são ainda muito indefesos, cuidados na escolha dos
produtos são necessários.
Segundo a pediatra do Hospital Pequeno Príncipe, de
Curitiba, Neuma Kormann, as crianças não devem entrar em banheiras de
adultos, pois são profundas demais, o que aumenta as chances de ocorrer
afogamentos. Além disso, o cabelo pode ficar preso no ralo, causando
lesões gravíssimas. Outro item de banheiro que deve estar longe dos
pequenos é a cortina de box, pois eles podem se segurar e cair. Para
evitar as quedas, aliás, é recomendado o uso de tapetes antiderrapantes.
Da mesma forma, a escolha dos produtos de higiene também
merece atenção. De acordo com o dermatologista Gilvan Ferreira Vargas, a
pele dos bebês é ainda muito permeável até os seis meses, o que os
torna mais suscetíveis a alergias e intoxicações. Portanto, nessa faixa
etária, os sabonetes e os géis de banho neutros ou sem perfume são os
mais indicados.
Quando os pequenos passaram dos seis meses, podem
começar a utilizar uma maior variedade de produtos, mas o melhor é optar
pelos destinados ao público infantil ou por aqueles que contêm pouca ou
nenhuma substância química. O uso do xampu e do condicionador se inicia
por volta do primeiro ou segundo ano, quando o cabelo já estiver
crescido. Segundo Gilvan, o melhor é evitar o compartilhamento do
sabonete, pois por meio dele é possível passar micro-organismos ou
infecções, como os furúnculos. Se necessário, o melhor é separar um item
para as crianças e outro para os adultos.
Água da banheira deve estar abaixo do umbigo
Em geral, o primeiro banho não conta com a participação
das mães, mas sim de profissionais de saúde da maternidade. São as
enfermeiras, inclusive, que poderão dar algumas dicas para realizar a
higiene da criança. Não há, no entanto, muitas diferenças nos cuidados
dos recém-nascidos em comparação aos bebês.
O banho é um dos momentos de maior intimidade entre a
mãe e o filho. Segundo o membro do
Departamento de Pediatria
Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo
(SPSP), José Gabel, é interessante que a família crie uma espécie de
ritual do banho, em que o local e o horário são normalmente os mesmos.
Dessa forma, fica mais fácil para a criança se ambientar e se acostumar
com a atividade.
O utensílio de banho mais recomendado é a banheira
infantil, que deve ser colocada em uma altura confortável para a mãe. A
ducha do chuveiro pode auxiliar no procedimento, desde que o jato não
seja muito forte. Com uma mão se segura o corpo do bebê a cerca de 40
ou 60 graus e, com a outra, é feita a higiene. No entanto, para o
pediatra, a pessoa pode escolher uma forma que se sinta mais segura,
desde que a criança não fique completamente deitada e a quantidade de
água cubra somente uma parte da barriga, deixando o umbigo à mostra.
Como a pele dos pequenos é muito sensível, é importante
prestar atenção na temperatura da água.
Com o próprio pulso ou um
termômetro adequado, os pais podem verificar se ela está apropriada.
Segundo o dermatologista, o mais recomendado é que esteja entre 34°C e
36°C, pois temperaturas superiores podem causar lesões cutâneas.
A higiene pode ser feita somente com a mão ou com o
auxílio de uma esponja, mas deve ser delicada para não machucar a pele.
As dobrinhas, como as do pescoço e das pernas, precisam de atenção
especial, pois é comum que esses cantos acumulem sujeiras ou fiquem
úmidos, o que pode causar fungos, como a candíase. Durante o banho, a
limpeza do coto do cordão umbilical também pode ser feita com água e
sabão, mas depois se recomenda o uso de álcool 70%.
Segundo o pediatra, o horário ideal do banho é um
período do dia em que a criança esteja mais calma, como o final da
tarde. Além disso, é importante que seja um momento em que a mãe não
tenha outro compromisso, para poder realizar o procedimento
tranquilamente e sem precisar deixar o bebê sozinho.
Após sair do banho, o bebê deve ser seco com toalhas
macias ou toalhas-fralda, mas sem esfregar. O uso de secador não é
recomendado, pois a temperatura alta pode causar queimaduras. A limpeza
da banheira pode ser feita apenas com água corrente e é desnecessário
utilizar água fervente ou algum produto de limpeza específico. Tanto os
pequenos quanto as crianças maiores devem evitar ir para rua logo após o
banho, em especial nos dias frios. Isso porque a diferença de
temperaturas pode facilitar o contágio de um resfriado ou, até mesmo,
causar um choque térmico.
A transição da banheira para o chuveiro pode ocorrer
assim que a criança começar a se sustentar de pé. Segundo Neuma, os pais
podem aos poucos ensinar os pequenos a se limparem. Com o tempo, eles
podem ganhar mais liberdade, mas não é recomendado deixá-los sozinhos
antes dos seis ou sete anos. Mesmo nessa faixa etária, o ideal é que um
adulto verifique se está tudo bem com a criança, até porque ela nem
sempre consegue tirar toda a sujeira sozinha ou de forma adequada.
Dar banho nos pequenos pode ser uma tarefa chata ou
divertida, vai depender da disposição da família. Em vez de se
estressar, os pais podem aproveitar esse momento para conversar e se
aproximar dos filhos. Vale levar brinquedos, fazer piadas e se divertir.
Só não podem se esquecer de limpar bem todos os cantinhos, até mesmo
atrás das orelhas.
FONTE-SITE TERRA, MULHER/Blog Lucineide Medeiros.
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