- Fonte: Robson Pires,
É
comum encontrar por aí pais que entendem essa queixa como uma desculpa
dos filhos para se livrar das aulas. Mas a verdade é que a reclamação,
na maioria das vezes, tem fundamento. Uma análise da Sociedade
Brasileira de Cefaleia, a SBCe, concluiu que mais de 5 milhões de
crianças e adolescentes do país sofrem com dores de cabeça e, pior, 409
mil experimentam, no mínimo, uma sensação de estourar os miolos a cada
dois dias. “Esse problema com as crianças não é de hoje, mas sempre foi
menosprezado”, lamenta o neurologista Marco Antonio Arruda, da SBCe.
Dor de cabeça infantil é um problema sério, talvez a estimativa da
SBCe mude sua opinião: somadas todas as faltas, são mais de 2,4 milhões
de dias letivos perdidos todo ano por causa desse tormento. E, se não
bastasse, a intensidade e a frequência do distúrbio aumentam com a
idade. Esse fenômeno é pior no grupo das meninas, principalmente entre
as adolescentes. “Isso por causa das alterações hormonais que ocorrem
nelas”, justifica o neurocirurgião Eduardo Barreto, da Sociedade
Brasileira de Neurocirurgia Funcional.
O pai e a mãe geralmente demonstram uma preocupação maior quando o
pequeno apresenta crises tão fortes que precisa ser levado ao hospital.
Mas não devemos esquecer que qualquer lamento, por mínimo que seja, já é
um sinal de encrenca.
Para um alívio imediato durante os picos de dor na infância, é
recomendado que a criança se deite em um ambiente silencioso, escuro e
bem ventilado. Caso a cefaleia persista, indicam-se remédios como o
ibuprofeno e o paracetamol, sempre com
Mais do que uma sensação dolorosa uma dor intensa que surge de uma
hora para outra muitas vezes pode indicar algo mais grave. Quando
acompanhada de outros sintomas, como febre, os pais devem entrar em
contato com o pediatra e levar a criança para uma boa avaliação. “Pode
ser um caso de meningite ou até de hemorragia cerebral”, alerta Eduardo
Barreto. O mesmo vale para dores frequentes que não vão embora, mesmo
após o jovem ter sido medicado. O neurologista é capaz de auxiliar, mas
lembre-se de dividir todas as informações com o pediatra. Nessas horas,
ambos são fundamentais.
O que evitar
Frutas cítricas
Chocolates
Leites e derivados
Ovos
O que dá alívio
Abóbora
Cerejas
Peras
Brócolis
Incidência do problema
75,5% reclamam de dores pelo menos 4 vezes por mês
17,9% nunca se queixaram de dor de cabeça
4,1% Sofrem com o problema entre 5 e 9 dias por mês
1,5% Têm dores uma vez a cada dois dias
1% Convive com o distúrbio quase que diariamente