O Corpo de Bombeiros informou na manhã desta terça-feira (6) que 17 pessoas morreram por conta das fortes chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde a noite de ontem. As vítimas foram atingidas por deslizamentos de terra e desabamentos no Andaraí, no morro do Borel (Tijuca), em Santa Tereza, no morro dos Macacos (Vila Isabel), no morro do Turano (zona norte), em Petrópolis e em Niterói. A Defesa Civil, no entanto, não confirma o número.
Além disso, de acordo com os bombeiros, 16 pessoas ficaram feridas e foram registrados 22 desabamentos e dez deslizamentos de terra. Segundo a Defesa Civil Municipal, foram registrados só na cidade 140 deslizamentos de terra e 26 desabamentos de imóveis.
O Rio de Janeiro sofre com a chuva intensa e ininterrupta há mais de 15 horas. Alagamentos, deslizamentos, queda de energia e caos no trânsito e no sistema de transporte tornam complicada a vida de quem mora no Estado. Por isso, o prefeito da capital, Eduardo Paes, pediu na manhã desta terça-feira (6), em entrevista à "TV Globo", que a população não saia de casa até que a situação melhore. "Queremos agora é preservar vidas. As pessoas devem ficar em casa. É um risco inaceitável. Se as pessoas saírem de casa vão correr risco e atrapalhar ainda mais esta situação atípica e inesperada", disse.
Devido aos temporais, as aulas da rede municipal estão suspensas nesta terça-feira na cidade do Rio. O prefeito pediu que as escolas particulares também cancelem as aulas.
Em entrevista à "TV Bandeirantes", Paes afirmou que a "situação é de absoluto caos. Todas as vias importantes estão interrompidas." Ele ressaltou ainda que "é um risco as pessoas tentarem passar [por alagamentos]".
O prefeito confirmou uma série de deslizamentos de terra na avenida Niemeyer, umas das vias que liga a Barra à zona sul. Não há tráfego no local. Segundo Paes, o Rio tem também dez domicílios em áreas de risco e a Lagoa Rodrigo de Freitas está com 1,4 metro, três vezes o volume normal.
RJ não registrava tanta chuva em 24 horas há
pelo menos 10 anos
O volume de chuva que atingiu a cidade é impressionante. De acordo com a Somar, a cidade não registrava tanta chuva num único dia desde 2000, o maior acumulado em 24 horas ocorreu em dezembro do ano passado, com 155mm.
Já Sérgio Simões, subsecretário de Defesa Civil/RJ, disse em entrevista à "GloboNews" que choveu "quantidades além do que qualquer cidade é capaz de suportar", referindo-se a regiões como a zona norte e a zona sul, onde o acumulado de chuva atingiu os 200 mm.
Toda a cidade do Rio estava em estado de atenção por volta das 7h30. As regiões mais atingidas pelas chuvas são as zonas norte e oeste da cidade.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fechou as pistas da ponte Rio-Niterói, sentido Rio, por causa dos alagamentos na chegada à capital. No sentido Niterói, as pistas permanecem abertas, mas a orientação é para que os motoristas também não sigam em direção a Niterói ou São Gonçalo, que também registram muitos pontos de alagamentos e falta de luz.
O mau tempo também prejudica as operações de pousos e decolagens nos aeroportos da cidade. O Santos Dumont não abriu e no Internacional Antônio Carlos Jobim as operações estão sendo feitas com auxílio de instrumentos.
Na zona oeste, a situação é caótica com lixo espalhado pelas ruas, que permanecem alagadas. Poucos ônibus estão circulando e alguns fazem um trajeto totalmente diferente para poder chegar ao destino. Aeroportos O Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, permanece fechado hoje por conta das chuvas. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o terminal nem chegou a abrir nesta manhã. As operações para pousos e decolagens foram interrompidas. Até as 8 horas de hoje, das 25 partidas programadas para o dia, um voo foi cancelado e 22 estão com mais de meia hora de atraso. Já em relação às chegadas, 18 voos estavam com atrasos de mais de meia hora. Segundo relatório da Infraero, do total de partidas, nove são da ponte aérea Rio-São Paulo. Dois voos da TAM foram alternados para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, que opera por instrumentos --quando o piloto necessita de equipamentos especiais para alinhar a aeronave com a pista. As chuvas também atrapalhavam as operações do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, que também opera por instrumentos. Até as 8 horas, dos 31 voos programados para o dia, um foi cancelado e um estava com mais de meia hora de atraso. Segundo a Infraero, apesar do cancelamento e do atraso dos voos, o movimento no aeroporto é considerado normal.
*Com informações de André Naddeo, no Rio de Janeiro, da Folha Online, da Agência Estado e da Agência Brasil.
Fonte:Uol.