Capitão da Força Aérea Brasileira, Carla Borges é primeira mulher a pilotar o avião presidencial
Aos 34 anos, a capitão da Força Aérea Brasileira Carla Borges é a
primeira mulher a pilotar um avião presidencial no Brasil. Com o olhar
altivo e os passos firmes, a militar se destaca em meio a um universo
historicamente masculino, onde apenas uma a cada seis pilotos da
instituição é mulher.
Às vésperas da data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher –
lembrado nesta quinta-feira (8) –, a militar que transporta o
presidente Michel Temer em viagens oficiais recebeu o G1 na Base Aérea
de Brasília para contar parte de sua trajetória.
As flexões “capitã” e “pilota” estão registradas oficialmente no
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), organizado pela
Academia Brasileira de Letras. Mesmo com a chancela do idioma, a maior
parte das mulheres na carreira militar diz preferir o termo “neutro” –
neste caso, as palavras flexionadas no masculino.
Mais que a personalidade, o currículo da piloto que chama a atenção. A
capitão – como é chamada pelos colegas da FAB – assumiu o posto na
aeronave presidencial em 2016, quando completou 13 anos de habilitação
para conduzir aviões.
“Estou orgulhosa de ter chegado aonde eu cheguei.”
Carla também foi a primeira mulher a integrar o Esquadrão Escorpião,
localizado no estado de Roraima, que emprega o modelo A-29 Super Tucano
na defesa das fronteiras do país.
Capitão Carla Borges fala sobre presença feminina na aviação
Em pouco mais de dez anos de carreira, Carla acumulou mais de 1,5 mil
horas de voo no comando de nove modelos diferentes de aeronaves.
Durante todo esse período, ela disse não ter sentido diferença de gênero
no tratamento entre os colegas militares dentro da FAB.
Apesar disso, a capitão recorda o fato de, ainda na primeira turma de
mulheres aviadoras, em 2003, compor um grupo de apenas 20 mulheres em
um universo de 180 pessoas. A Força Aérea Brasileira só passou a
aceitá-las na corporação a partir de 1982.
“Vejo que as pessoas estão valorizando mais a presença feminina na
Força Aérea, não porque tem diferença entre os pilotos, mas para mostrar
para as mulheres que [elas] têm essa possibilidade.”
Sonho de menina
A paixão da militar pela aviação surgiu na infância, quando os “olhos
brilhavam ao ver uma aeronave passar”. Na família e na escola onde
estudou, ela lembra de, ainda menina, sempre ter sido incentivada a
seguir a carreira.
Em entrevista concedida à própria FAB, quando assumiu o controle do
avião presidencial, a pilota disse que o pioneirismo no setor ajudou a
“abrir portas para outras mulheres” que, até então, “não sabiam que
poderiam ser pilotos da Força Aérea”.
“Me sinto honrada de cumprir essa missão de estar transportando a maior autoridade de um país”, afirma Carla.
Fonte-http://www.jeansouza.com.br/