O assassinato de Samille Laine Lima, supostamente morta pelo marido no último sábado dentro do Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, na Zona Norte de Natal, apontou a fragilidade da segurança dentro do própria unidade prisional. O dia era de visita apenas para os 140 apenados do pavilhão A, que somados aos cerca de 120 visitantes, resultam em 260 pessoas sob a vigilância de 13 agentes penitenciários. A direção acredita que o problema não é a quantidade de agentes, mas de dententos. Atualmente, o Raimundo Nonato funciona com 450 presos, isso quer dizer, 242 acima da sua capacidade.
O crime aconteceu por volta das 13h30, dentro de uma das celas e não foi escutado nenhum barulho por ninguém. De acordo com informações do diretor do presídio, Túlio Melo, Samille foi esganada por João Paulo Fassanaro. A vítima tinha levado o filho do casal para a visita. Porém, tudo indica que a criança não presenciou o homicídio. João Paulo, umpreso considerado de bom comportamento, teria matado Samille por uma possível traição.
A visita social acontece aos sábados e domingos porque devido ao número de dententos é necessária a divisão por pavilhão. Durante os encontros, as celas ficam abertas para circulação dos presos junto ao refeitório e a quadra para o banho de sol. Dois agentes permanecem no corredor de acesso ao pavilhão, e os demais se dividem entre a área da revista íntima e o raio-x. "Existe uma espécie de acordo entre os presos, que no dia de visita não é para acontecer nada de errado. É para respeitar as mulheres e as crianças", ressaltou Túlio.
Para o diretor, o ato de João Paulo é incomum é não deve ser considerado um fator motivador para mudar o sistema de guarda aos sábados e domingo. "Não é que tenho poucos agentes. Para o tamanho do presídio, a quantidade está certa. O problema é que tem presos demais aqui. Um número muito maior que a capacidade do presídio", explicou Túlio. João Paulo que cumpria pena em regime fechado por assalto foi mandado para a área de isolamento da penitenciária de Alcaçuz e autuado por homicídio.
Fonte:Por Maiara Felipe, especial para o Diário de Natal