O Departamento de Estradas de Rodagens (DER) ainda não sabe o que
fazer com as operações da Viação Jardinense, que segundo decisão da
Justiça tem que encerrar as atividades das linhas que cruzam o município
de Caicó num prazo de 15 dias. O diretor do órgão, Demétrio Torres,
afirmou que ainda não teve acesso à decisão do juiz André Melo Gomes
Pereira, e que deverá se reunir com representantes do Sindicato das
Empresas de Transporte Intermunicipal de Passageiros do Rio Grande do
Norte (Setrans) para encontrar uma solução viável – e emergencial, para
não prejudicar os usuários. A Jardinense tem 200 funcionários, opera 24
viagens diárias e transporta 60 mil passageiros por mês.
“Não esperava esta decisão judicial contra a Jardinense. As linhas
foram extintas liminarmente, mas ainda cabe recurso. Apesar disso, vamos
fazer um levantamento das linhas. Não podemos deixar que o serviço
fique suspenso”, declarou.
A crise na Jardinense parece ser a ponta de um iceberg de problemas
no setor de transporte intermunicipal. Demétrio Torres revelou que o
próprio setor que é responsável no estado, “é muito desorganizado. O
sistema hoje está fragilizado. A legislação daqui é o que eu chamo de
colcha de retalhos, feita em cima de decretos e portarias ao longo de 20
anos”. O diretor do órgão afirmou ainda que a licitação do sistema está
sendo preparada, embora não possa prever em quanto tempo ela estará
consolidada.
A licitação deverá estabelecer quantas linhas são necessárias para
operar nos 5 mil quilômetros de estradas, em quantas empresas,
transportando quantos passageiros e em que condições. Por enquanto, o
DER sequer tem dados precisos sobre números da operação do setor hoje.
“A gente tem feito as coisas aqui no achismo”, reconheceu.
Demétrio comentou que o sistema se deteriorou por causa do transporte
clandestino, e também pela falta de iniciativa das empresas em promover
melhorias na frota, e também pela falta de fiscalização. “Eu preciso de
dados nossos. Estamos preparando a licitação do sistema para poder
atender a essa demanda. Até o meio do ano, será concluída a primeira
fase da licitação, que é o levantamento de dados precisos do setor”.
Esse processo deverá ser feito por uma empresa que vai ser escolhida em
até 10 dias. “Levantaremos dados precisos a respeito da demanda,
destinos de viagem, quantidade de acessos necessários e quais linhas
devem operar com que regularidade. É um diagnóstico nosso. A frota
cresceu espantosamente nos últimos 5 anos, e também houve perda de
recursos, como a extinção no final do ano passado do imposto conhecido
como Cide Combustível (Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico)”.
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Fonte:blog Robson Pires.