A
notícia de que a Fifa acertou sem concorrência com a Rede Globo a
venda dos direitos de transmissão para as Copas do Mundo de 2018 e
2022, divulgada na última terça-feira, pegou a Record de surpresa,
conforme comunicado oficial emitido nesta quarta. A emissora afirma
que, após o Mundial de 2010, teve garantias do diretor de TV da Fifa,
Niclas Ericson, que haveria licitação para os direitos dos torneios
seguintes, e diz ter provas de que tal acordo foi prometido pela
entidade.
Em
tom de indignação, a Record declara que, em encontro com diretores da
Fifa, os representantes da entidade asseguraram que "a licitação
seria pública, transparente e aberta, em regime semelhante ao que a
Fifa realiza em países do mundo inteiro". A emissora teria entregue à
Fifa um documento oficial mostrando que concordou com as condições.
A
nota também classifica como "estranho" o fato de a Fifa fazer
licitações para a aquisição dos direitos da Copa do Mundo em países de
vários continentes, mas adotar procedimento diferente no Brasil, "sem
ser à luz do dia". O texto alfineta ainda a Globo, apontada como uma
empresa que "gosta de se auto intitular como um dos maiores grupos de
comunicação do mundo", mas "não aceita concorrência livre em que a
melhor proposta seja a vencedora".
Por
fim, a Record informou que pretende entrar na Justiça para garantir
seus "direitos internacionais de negociação", repudiando qualquer forma
de "monopólio, protecionismo e corrupção". A Globo, que transmite as
Copas do Mundo desde 1970, comprou junto à Fifa as edições de 2018 e
2022 em acordo válido para televisão aberta, cabo, satélite, internet e
mobile.
Confira na íntegra o comunicado da Rede Record
A
Rede Record vem a público manifestar absoluta surpresa com a decisão
da Fifa de prorrogar o acordo de direitos de transmissão das Copas do
Mundo de 2018 e 2022 para o Brasil com uma outra emissora sem qualquer
licitação.
A
Record foi informada em 2010, logo após o término da Copa do Mundo,
pelo diretor de TV da Fifa, Sr. Niclas Ericson, de que haveria uma
concorrência pelos direitos de transmissão dos eventos promovidos pela
Fifa em 2018 e 2022, conforme provam e-mails trocados entre executivos
da Record e da Fifa. No encontro realizado no Hotel Fasano, no Rio de
Janeiro, a direção de nossa empresa ouviu garantias de que a licitação
seria pública, transparente e aberta em regime semelhante ao que a
Fifa realiza em países do mundo inteiro. Na oportunidade, a Record
também entregou à Fifa um documento oficial afirmando que concorda com
todas as condições para a aquisição dos eventos.
O
acordo com a concorrência foi anunciado sem que qualquer outra
empresa de comunicação brasileira tenha sido consultada, A informação
foi divulgada no mesmo espaço de notícias em que a Fifa anuncia a
abertura de licitação dos direitos para centenas de países da Europa,
como Alemanha, Itália e Portugal; da Ásia como China e Índia; da
Oceania como Austrália, da África, além de Estados Unidos, Canadá,
América Central e da própria América do Sul.
É
estranho verificar que para o Brasil o método seja outro. Um contrato
sem concorrência decidido "fora do horário comercial", sem ser à luz
do dia e de forma transparente.
Relevante,
também, ressaltar que a empresa que teve seu acordo prorrogado com a
FIFA gosta de se auto intitular como um dos maiores grupos de
comunicação do mundo. Em contrapartida, mostra em seus métodos que não
aceita concorrência livre em que a melhor proposta seja a vencedora.
A
Record informa que pretende estudar as melhores medidas judiciais
cabíveis na Suiça e no Brasil que garantam os direitos internacionais de
negociação. Acreditamos na justiça e nas entidades mundiais de defesa
do livre comércio sediadas na Suiça. Organizações que, justamente,
combatem práticas de monopólio, protecionismo e corrupção.
Central Record de Comunicação
Portal Paulista Online
via Umarizal News/ Martins em pauta