As
chuvas deste ano não foram suficientes para encher os reservatórios de
boa parte do sertão nordestino, depois de anos de seca. “As chuvas deste
ano foram bem melhores do que ano passado, embora ainda estejamos numa
situação bastante crítica devido às chuvas ocorridas nos últimos anos,
que foram abaixo da média”, diz a meteorologista Marle Bandeira.
Dos
233 municípios paraibanos, 176 estão em situação de emergência por
causa da seca. Significa dizer que 80% das cidades estão sofrendo com
falta d’água. Em todo o estado, 128 açudes são monitorados pela Agência
Executiva de Gestão das Águas (Aesa). Mais de 50% estão com menos de 20%
da capacidade.
Em
boa parte da zona rural de Boqueirão, Cariri da Paraíba, a água só
chega de carro pipa, e apenas uma vez por mês. Por isso, os agricultores
cuidam das cisternas como se fossem ouro. O açude de Boqueirão abastece
19 cidades. Além da chuva, conta com a água da transposição do rio São
Francisco. Os produtores que vivem pertinho do açude só podem irrigar
plantações com até meio hectare.
No
Ceará, a situação não é diferente. Hoje, a capacidade hídrica do estado
é de pouco mais de 12%. A reserva deve garantir o abastecimento humano
apenas para os próximos três meses. Na cidade de Granjeiro, por exemplo,
desde 2015 os moradores enfrentam escassez de água. O único
reservatório da cidade, o açude do Junco, secou, e apenas este ano
recuperou um pouco do volume que havia perdido. Mas a qualidade da água
nas torneiras não é a ideal.
Fonte-https://robsonpiresxerife.com/