Fonte:Robson Pires,
A
seca que atinge vários estados do Nordeste provocou um aumento no preço
do feijão nas feiras livres e nas prateleiras de vários supermercados.
Em Pernambuco por exemplo o preço do produto o preço subiu cerca de
100%. Em outros estados este aumento oscila entre 50 até 70%.
O feijão carioquinha por exemplo duplicou de custo: o fardo de 30 quilos subiu de R$ 70 para R$ 140. O quilo custa R$ 6,20.
Para alguns técnicos da CEASA o feijão carioquinha vem apresentando,
ao longo dos anos, uma gangorra de preços muito acentuada. Ora tá muito
caro, ora muito barato. Isso causou um desestímulo na produção do
feijão.No Paraná reduziu 27% da sua zona produtora. A Bahia, por questão
de seca, perdeu 80% da produção. Então juntou a seca com o desestímulo
da produção e diminuiu a oferta e estourou o preço.
O impacto pode ser sentido no corredor de algumas Ceasas onde
costumava-se encontrar feijão. Em tempos normais, haveria sacas e mais
sacas de feijão verde, trazidas por comerciantes de todo o estado e
ainda do Rio Grande do Norte e da Paraíba. A média de trinta produtores
caiu para cinco. Produtor há 25 anos, Manuel dos Santos mora em Vitória
de Santo Antão, mas vai todos os dias cuidar do plantio em Pedro Velho,
no Rio Grande do Norte. Ele diz que antes conseguia colher quatro
toneladas por hectare e agora só consegue entre 1.700 e 1.800 quilos. “O
preço teve que aumentar bastante. Esse ano vendo por R$ 2,50 o quilo,
no ano passado, vendia por R$ 1, R$ 1,20″, explica.
Nas feiras, o que mais se vê é gente reclamando e deixando de comprar
o alimento rico em nutrientes que não pode faltar na mesa do
brasileiro.