
A
partir das 10h (6h de Brasília) de hoje (12), os 115 cardeais que têm
direito a voto e vão eleger o sucessor do papa Bento XVI estarão
concentrados para a primeira votação do conclave. Apesar de a votação
estar marcada para as 17h (13h de Brasília), os cardeais participam de
um ritual, que inclui missa, juramento e uma pequena procissão a pé,
acompanhada por cantores religiosos.
A previsão dos especialistas em Vaticano, os vaticanistas, é que o
conclave dure de três a 11 dias. No século 20, as eleições mais rápidas
foram as dos papas João Paulo II, em 1978, e Bento XVI, em 2005. A
eleição do papa João Paulo II levou três dias. A mais longa do século
passado foi a de São Pio X, que demorou cinco dias.
No conclave ocorrerá hoje apenas uma votação à tarde. A previsão é
que a fumaça branca, no caso de eleito o papa, ou escura, se não houver
consenso, seja emitida pela chaminé na Capela Sistina, na Praça de São
Pedro, no fim da tarde ou começo da noite. O porta-voz do Vaticano,
Federico Lombardi, lembrou ontem (11) que quando Bento XVI foi eleito,
em 2005, a fumaça branca foi vista no fim da tarde.
Antes da votação, os cardeais fazem um juramento de manter o sigilo
sobre tudo o que ocorrer durante o conclave. Há um juramento comum e
outro individual. No comum, cada cardeal, com a mão sobre o Livro dos
Evangelhos, diz que: “Prometo e juro, assim que Deus me ajude e os
Santos Evangelhos me guiem”.
O processo de votação segue um ritual, no qual cada cardeal escreve o
nome do seu escolhido em uma cédula de papel, em tamanho retangular, e
disfarçando a letra. Cada eleitor deve depositar a cédula, na presença
de seis cardeais – três escrutinadores e a mesma quantidade de
revisores.
Após a votação, as cédulas são contadas e recontadas. Cada um dos
votos é costurado com linha e depois colocado no forno para ser
queimado. A cor que revela se houve escolha do papa é dada por um
produto químico que é adicionado. A cor branca indica que foi escolhido o
sucessor. A cor escura mostra que o conclave ainda buscará o consenso.
Em caso de ausência de consenso, devem ocorrer até duas votações por
dia durante o conclave. Para a eleição do papa, são necessários dois
terços dos votos dos presentes, no caso 77 cardeais. Se em três dias
não houver consenso, a votação deverá ser suspensa por 24 horas para
orações e reflexões. Depois, são promovidos mais sete dias de votações
até completar um total de 34.
Se depois de 34 votações não for alcançado o consenso, é feita uma
eleição entre os dois candidatos que mais receberam votos. O escolhido
deve dizer se aceita ser papa. Em caso positivo, ele é apresentado aos
fiéis na Praça de São Pedro. Em seguida, são feitos os preparativos para
a chamada cerimônia de coroação.
Fonte:Blog Robson Pires.