Zicomengo, Flamozer, Flamena e Francifla, Família de rubro negros em Caicó/RN
Título: ‘Dono de escolinha no RN, Zicomengo sonha formar jogadores para o Fla’
Subtítulo: ‘Aos 31 anos, torcedor com um dos nomes mais
rubro-negros do país dá oportunidade a crianças de Caicó que buscam
espaço no futebol’/ Por Tiago Menezes - Natal/RN
Filho do saudoso flamenguista potiguar Chico Tucano, Zicomengo trabalha
como voluntário numa escolinha de futebol criada por ele, no bairro Boa
Passagem, em Caicó-RN. Hoje com 31 anos, o torcedor com um dos nomes
mais rubro-negros do país sonha ver uma criança caicoense vestindo a
camisa do Flamengo, seu clube do coração.
- Temos meninos muito talentosos aqui, com um potencial altíssimo. Meu
maior sonho é ver um deles fazendo sucesso no Flamengo. Não tive essa
oportunidade quando criança, mas ficaria muito feliz se isso acontecesse
com um deles, pelo menos.
O projeto atende crianças e adolescentes, e mesmo com a escassez de recursos Zicomengo faz de tudo para mantê-lo de pé.
- Infelizmente não recebemos do poder público o apoio que eu gostaria. Alguns amigos me ajudam, e eu vou me virando como dá.
Mas essa história de amor ao futebol e fanatismo pelo Flamengo começou há muito mais tempo, nos anos 50, quando o senhor Francisco Domingos dos Santos,
o Chico Tucano, jurou amar eternamente o clube carioca. Enquanto
acontecia uma partida do Caicó Esporte Clube, Chico foi até a casa de um
amigo beber água. Durante a visita, ele encontrou uma revista de
futebol e se encantou com um certo uniforme em vermelho e preto.
- Que time é esse? Flamengo? Vou torcer por ele, agora.
Mas até que ponto vai o amor de um
torcedor pelo clube do coração? Chico Tucano não se contentou em apenas
torcer e comemorar as conquistas do Flamengo, e batizou seus filhos com
nomes que homenageiam os grandes ídolos do rubro-negro do Rio. O “time” é
escalado com Zicomengo, Francifla, Flamena e Flamozer, além de Nilton
Santos e Djalma Santos, lendas de Botafogo e Portuguesa/Palmeiras,
respectivamente. Depois Chico Tucano passou a colecionar camisas,
quadros, pôsteres, réplicas de troféus conquistados e recortes de
matérias publicadas em jornais e revistas. Como se não bastasse, pintou a
fachada da casa com listras nas cores vermelha e preta. Chico era
pipoqueiro e tido como um dos maiores flamenguistas do Brasil. Faleceu
em 2007, aos 64 anos, vítima de um infarto fulminante, mas deixou um
legado eterno de amor ao Flamengo. Tão rubro-negro quanto o pai,
Zicomengo adora o nome que recebeu de “presente”.
- Sou apaixonado pelo Flamengo. E o meu nome é maravilhoso, porque Zico é
a nossa maior estrela. Algumas pessoas acham estranho, mas não tem
problema. Para mim, é Deus no céu e o Flamengo na Terra.
Em 1997, durante uma visita de Zico a Natal, Zicomengo teve a oportunidade de conhecer o Galinho de Quintino. Já em 2009, em viagem ao Rio, bateu papo com o Imperador Adriano, Léo Moura, Ronaldo Angelim,Emerson Sheik e Andrade. Somente um dos filhos de Chico Tucano é vascaíno,
mas a “ovelha negra” da família sempre teve o respeito de todos. E para
manter a tradição, um dos netos do patriarca recebeu o nome de
Kleberson, em homenagem ao campeão do mundo em 2002, hoje jogando no
Bahia. Sempre fiel ao pai, Zicomengo o acompanhou em todos os momentos,
desde a época em que vendiam pipoca nas ruas de Caicó. Na hora do adeus
não foi diferente, pois Chico Tucano morreu em seus braços.
- Meu pai foi um dos grandes desportistas caicoenses. Jogou em vários
times amadores e fundou alguns clubes na cidade. Sua maior alegria foi
em 1981, quando o Flamengo levou o Mundial de Clubes.
Fonte:Blog Cardoso Silva.