O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou nesta segunda-feira que a pasta elevou para 46 milhões a previsão de compra de testes para o novo coronavírus e destacou que a medida é importante no projeto do governo para pôr fim a medidas de distanciamento social adotadas até agora.
“Nossa previsão de compra de testes subiu para 46 milhões. Isso é muito importante para o nosso processo que está sendo desenhado de entender melhor a doença, sua evolução, e fazer um projeto que já está sendo feito para revisão do distanciamento social”, disse ele, em vídeo distribuído pela assessoria de imprensa da pasta. Segundo Teich, a previsão anterior do ministério era de comprar 24 milhões de testes.
Segundo Teich, a intenção dessa testagem em massa não é que toda a população brasileira seja testada, mas sim que aquelas que forem testadas reflitam a população brasileira como um todo. “Isso vai ser fundamental nesse processo de realmente entender a doença e desenhar a saída, é um dos grandes braços desse projeto”, disse.
O ministro afirmou que também nesta segunda foi firmado um contrato para se processar 30 mil exames por dia, em um total de 3 milhões de exames. No vídeo, Teich informou ainda que o ministério firmou outro contrato de compra de 3,3 mil respiradores, dos quais 150 serão entregues em maio, a um custo total de 78 milhões de reais.
O ministro assumiu a Pasta na última sexta-feira, depois da demissão, no dia anterior, de Henrique Mandetta. Teich defende uma política de testagem em massa da população para conhecer os números reais da epidemia e fazer o que chama de um “isolamento inteligente”, restringindo o movimento em locais onde há maior risco.
A política agradou ao presidente Jair Bolsonaro, que entrou em atrito com Mandetta por discordar do distanciamento social adotado pela maioria dos governadores e cobrava medidas para exigir a reabertura de comércio e empresas, contrário à política defendida pela Organização Mundial de Saúde.
Teich participou nesta segunda de videoconferências com governadores do Nordeste e com os países do ProSul, grupo de países da América do Sul, com exceção da Venezuela, mas não fez – e nem fizeram os técnicos do ministério – a divulgação dos dados mais recentes da epidemia.
No vídeo distribuído pela assessoria, o ministro disse que está trabalhando em três braços: entender melhor a doença, a preparar a infraestrutura para o tratamento de infectados, e desenhar um programa de saída “progressiva, estruturada e planejada” do distanciamento social.