O dia mal
clareou e Francisco Macêdo, mais conhecido como Chico de Manoel, já
está com toda a família trabalhando na Queijeira São Francisco, zona
rural de Santana do Seridó.
De
lá saem em média 100 quilos de queijo de manteiga e de coalho por dia
para municípios vizinhos e até a Paraíba, a um preço que tem tornado o
negócio difícil de manter devido à figura do atravessador.
Este
problema, porém, está com os dias contados: Francisco é um dos 39
produtores beneficiados com investimentos do Governo do Estado que vão
estruturar as queijeiras e equipá-las para obter a tão sonhada
certificação.
“É um
sonho que vai se realizar. Trabalho com isso aqui há 20 anos, meu pai
passou pra mim e nunca achei que um dia conseguiria vender direto ao
consumidor. Agora posso sonhar com os supermercados de Natal”, comemora.
A Queijeira São Francisco foi uma das selecionadas pelo Edital de Leite
e Derivados lançado pelo projeto Governo Cidadão, com recursos do
acordo de empréstimo com o Banco Mundial, e vai receber R$ 470 mil para
serem investidos na construção de uma sede própria, aquisição de todos
os equipamentos necessários à obtenção da certificação sanitária.
Depois de
pronta, a queijeira terá capacidade para dois mil litros diários.
Animado, Francisco quer dobrar a produção de queijo para 200 quilos por
dia assim que a unidade estiver concluída. “Os investimentos são
fundamentais para regularizar as queijeiras e manter viva a tradição do
queijo de coalho e de manteiga no Rio Grande do Norte. O objetivo é
fomentar este mercado, incentivar o pequeno produtor e gerar emprego e
renda no interior”, destaca o secretário da Sethas e coordenador do
projeto Governo Cidadão, Vagner Araújo, que visitou a queijeira na
última sexta-feira (28), ao lado da secretária-chefe do Gabinete Civil,
Tatiana Mendes, e a gerente executiva do projeto Ana Guedes.
O
produtor Nelson Filho, de Jardim do Seridó, também não esconde a
felicidade. Atualmente com sua queijeira fechada, ele sonha com o dia em
que verá sua estrutura construída e equipada. “Isso veio mandado por
Deus. A adequação das queijeiras vai fomentar a cadeia e impedir que ela
se acabe”, diz. Quando a unidade de processamento estiver pronta para
funcionar, Nelson diz que pretende valorizar e seu produto e vendê-lo a
um preço no mínimo R$ 5 mais alto do que vende hoje. Na Queijeira Vô
Nelson, os investimentos somam R$ 350 mil e também vão incluir
construção da sede própria e compra de equipamentos.
Saiba mais
Os
investimentos nas 39 queijeiras somam R$ 23 milhões e são oriundos do
Edital de Apoio à Cadeia Produtiva do Leite e Derivados da Agricultura
Familiar, lançado com intuito de dar apoio financeiro e técnico às
organizações que produzem leite e derivados no Seridó. O objetivo é a
regularização sanitária das queijeiras por meio da adequação da
infraestrutura, aquisição de maquinário e equipamento necessário,
melhoria na logística do transporte, comercialização e capacitação dos
funcionários da comunidade. A regularização é importante para que as
cooperativas recebam o selo das instituições sanitárias vigentes:
Serviço de Inspeção Municipal; Instituto de Defesa e Inspeção Sanitária
(IDIARN); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Fonte-https://www.jairsampaio.com
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