quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Fenômeno El Niño irá antecipar inverno no estado do RN, diz Emparn


A expectativa da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) é que o inverno chegue mais cedo ao estado e pegue de surpresa os produtores rurais. Segundo o presidente da Emparn, Henrique Santana, a equipe de monitoramento detectou o fenômeno El Niño no oceano Pacífico, o que pode antecipar as chuvas no Nordeste para janeiro. “Se o inverno começar mais cedo, pode pegar o agricultor desprevenido, porque ele não terá preparado as terras a tempo. O ideal é que a chuva comece a partir de fevereiro e se estenda até junho”, destaca.
Entretanto, os agricultores parecem estar preparados. De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RN (Fetarn), Manoel Cândido, é exatamente no primeiro mês do ano que os produtores começam a trabalhar a terra e prepará-la para o plantio. “Todos os trabalhadores na agricultura já têm o costume de se preparar e esperar o inverno em janeiro. Eles não terão surpresa se as chuvas chegarem mais cedo”, garante. Segundo Cândido, algumas regiões do alto Oeste potiguar vêem o inverno começar mais cedo que o resto do estado.

Na próxima semana, entre os dias 15 e 17, a Emparn irá participar da 1ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Norte do Nordeste do Brasil, que acontece em Campina Grande. O evento irá reunir todos os meteorologistas e pesquisadores da região Nordeste, além de alguns cientistas do resto do país. Segundo Henrique Santana, este ano o grupo realizou seis encontros para analisar as condições climáticas da área, mas para 2010 estão previstas oito reuniões. “A dinâmica meteorológica do semi-árido é muito rica e diversificada, o que acaba despertando o interesse de pesquisadores do mundo inteiro. Essas reuniões são muito importantes para que possamos prever e prevenir nossos agricultores”, acrescenta.
Alguns meses depois das enchentes que atingiram plantações inteiras no Rio Grande do Norte, os agricultores agora sofrem com a seca. Os quatro últimos meses do ano costumam ser severos na região Oeste e no Seridó do estado. Embora a Fetarn diga que ainda não há reclamações sobre falta de água nos municípios, uma matéria do site G1 mostrou esta semana a dificuldade dos agricultores em abastecer seus reservatórios.

Segundo o presidente da entidade, os agricultores estão acostumados com a seca desse período do ano, que é um fenômeno considerado normal. “Não está faltando água e não há problema com relação a alimentação dos animais. Até o momento não está existindo reclamação sobre isso”, destaca. O inverno deste ano, inclusive, foi mais longo. Choveu até julho, o que alegrou os agricultores.

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