Pessoas que tiveram casos fortes de covid-19 têm sido convidadas a participar de estudos em que os anticorpos produzidos por seu sistema imune são usados para tratar pacientes graves. Os anticorpos presentes no sangue do doador são injetados em pacientes graves na esperança de que ajudem a bloquear o espalhamento do vírus. Esse procedimento tem longa história. Seu uso mais antigo entre nós são os soros antiofídicos, injetados em pessoas mordidas por cobras venenosas.
Esses soros, que salvam vidas toda semana, são produzidos no Instituto Butantã, em São Paulo. Faz mais de um século que o veneno das cobras é coletado (aquela imagem das presas mordendo a beira de um copo de vidro com uma gota de veneno na ponta) e injetado em doses pequenas em cavalos. A dose não mata o cavalo, mas faz com que seu sistema imune produza uma grande quantidade de anticorpos contra o veneno. De tempos em tempo os cavalos doam involuntariamente parte de seu sangue. Os cientistas purificam os anticorpos presentes no sangue do cavalo e os colocam em frascos. É o soro antiofídico que encontramos nos postos de saúde espalhados pelo País.
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