quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

De Jardim do Seridó vem um exemplo de superação de uma aluna deficiente visual que sempre estudou em “Escola Pública”e de uma professora que “Ama a Profissão”



A  aluna Vitória Nayane do Nascimento Santos, 18 anos, sempre estudou em escolas públicas de Jardim do Seridó, desde a Educação Infantil ao Ensino Médio. A estudante é Deficiente Visual (DV) e iniciou sua vida estudantil na Escola Municipal Calpúrnia Caldas de Amorim, instituição pioneira na Educação Inclusiva na referida cidade, sendo a primeira a implantar Sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), disponibilizando duas professoras em horários distintos.
A Escola firma um compromisso com uma Educação de qualidade e inclusiva, entendendo que os professores e a gestão, ao receber alunos com qualquer tipo de deficiência, precisam planejar sua proposta pedagógica de forma a assegurar os direitos previstos pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB – Brasil, 1996), usando estratégias que amenizem ou erradiquem os obstáculos impostos pelas suas limitações, visando sua plena participação na vida escolar e comunitária. No caso do aluno com deficiência visual (cego), existem alguns recursos que são muito úteis para a aquisição do conhecimento acadêmico, entre eles: o braile para leitura e escrita e o soroban para cálculos matemáticos.
A equipe do colégio abraçou a causa, empenhando-se incansavelmente. Apresentando em seu corpo docente profissionais com conhecimentos básicos em braile e duas professoras com capacitação em educação especial, realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ana Cristina Medeiros e Maria Márcia Araújo), onde acompanharam a aluna durante todo o Ensino Fundamental. Ressalta-se ainda a ajuda do Instituto de Cegos de Natal, local frequentado duas vezes por semana pela estudante.
O material utilizado pela aluna: Nayane, era totalmente produzido na sala de AEE – chamada de Sala de Produção, tendo em vista que o Ministério da Educação (MEC) não disponibilizava de livros didáticos adaptados para o seu tipo de deficiência. O conteúdo era escrito, pela estudante, em uma máquina de escrever em braile e transcrito para o português pelas duas professoras capacitadas. Da mesma forma, eram realizados materiais, como: mapas, gráficos e planilhas em alto relevo. A sala de AEE era toda equipada com Soroban, impressora em Braile, scanner e calculadora com voz, globo terrestre em alto relevo, sistema de Ensino Dosvox, Braile fácil, sendo esses sistemas operacionais que permitem que pessoas cegas utilizem o computador.
Após o término do ensino fundamental, a aluna iniciou seu Ensino médio em outra escola pública, Estadual de Jardim do Seridó, o CEFE (Centro Educacional Felinto elísio). A Escola também tem Sala de AEE, onde a professora atuante é Ana Cristina M. de A. Silva, a mesma do município. E isso, tornou tudo mais fácil, além da metodologia ter sido implantada pelo CEFE, a Escola Calpúrnia emprestou, todo material necessário para Sala de AEE da Escola Estadual e, com isso o CEFE pôde dar continuidade ao processo educativo correto da aluna. Nayane teve o mesmo acompanhamento da sua professora que a atendia desde a Educação Infantil, com conhecimento em braile e teve todo seu material adaptado e confeccionado em alto relevo, apesar da nova escola só ter uma professora com conhecimento em Braile e, ter outros alunos para atender. Inclusive, sempre participou de Olimpíadas de Matemática, física e Português.
“Falar sobre a aluna Vitória Nayane, passa um filme pela minha cabeça, pois foram 12 anos de convivência diária de, muitas lutas, estudos, conhecimentos, ensinamentos e, acima de tudo, aprendizagens. Porque, a minha aluna sempre foi muito esforçada,
dedicada, inteligente e muito disciplinada. Por isso, a mesma obteve um bom resultado em sua redação do ENEM. Muitas vezes, tenho convicção de que, aprendi mais do que ensinei e, juntas formamos um elo muito forte de uma amizade verdadeira e até mesmo uma ligação entre mãe e filha. Por isso, me comprometi com ela, na sua colação de grau do Ensino Médio de que, irei dar continuidade a seu acompanhamento e ajuda durante sua faculdade e, juntas iremos comemorar mais uma vez sua superação e mais uma vitória em sua vida que, será sua graduação em psicologia. Costumo dizer que, ser Professora de educação Especial é uma benção de Deus em minha vida, AMO minha função. Portanto, aproveito a oportunidade para parabenizar todos os pais, mães e vovós especiais (como eu) que, com certeza, fomos escolhidos pelo nosso criador para essa linda missão que é, a de cuidar de verdadeiros ANJOS sem asas aqui na terra “. Declarou a professora Ana Cristina.
Fonte-chicogregorio.com.b

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