Às 4h de
18 de outubro de 2018 mais uma venezuelana deu à luz em Boa Vista, a
capital de 375 mil habitantes que já tem cerca de 10% da população vinda
do país vizinho. Foi a segunda em 15 minutos.
O
bebê, um menino de pele rosada chamado Samtyago Diaz, veio ao mundo de
parto normal. Se juntou a uma nova (e crescente) geração, a dos
“brasilanos”, os brasileiros filhos do êxodo venezuelano que nascem
todos os dias em Roraima - estado que, na contramão do país, vê a taxa
de natalidade aumentar.
De
janeiro a setembro, dado mais recente disponível, foram 1.024 partos de
venezuelanas na única maternidade pública do estado, 80% a mais que os
566 partos de venezuelanas em todo o ano de 2017 e 255% mais que os 288
de 2016. Os números estão ainda distantes dos 9.343 partos totais
registrados na unidade em 2017, mas, relativamente, a estatística não
para de crescer.
“Meu
filho vai viver e estudar no Brasil. Eu espero que aqui ele seja um
profissional, algo que não poderia ser na Venezuela”, diz a mãe de
Samtyago, Dagly Monrroy, de 24 anos.
O Brasil
adota um sistema misto de nacionalidade. São brasileiros todos aqueles
que nascem no território do país, que é o caso dos filhos dos
venezuelanos, bem como aqueles nascidos fora, mas que tenham um ou ambos
os pais nativos. Na Venezuela a regra é similar.
Williany
Fariña é mais uma brasileira que acaba de nascer. Veio ao mundo às 3h45
daquela mesma madrugada de 18 de outubro. Com malária, a mãe viajou por
sete horas só para dar à luz a menina.
"Me senti
mais segura para tê-la aqui no Brasil. Na Venezuela, não há condições.
Não há médicos, não há remédios”, conta Elyanny Fariña, 26, afirmando
que o pai, um brasileiro, também quis que a menina nascesse do outro
lado da fronteira. "Para ser brasileira como ele".
FONTE-http://www.jairsampaio.com/
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