A
diretora e representante da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova
Jovchelovitch Noleto, ressaltou hoje (18) que o trabalho de conclusão da
restauração do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, será bastante longo.
“Estimamos
algo como cerca de 10 anos a partir do exemplo de situações, não iguais
de incêndio, mas similares a essa”. Um incêndio de grandes proporções
destruiu o interior do edifício e boa parte do acervo de 20 milhões de
peças, no dia 2 de setembro.
“É um
trabalho de muitos anos. Não existe neste momento nenhuma solução mágica
que permita reconstruir o museu em alguns meses. Temos um longo
trabalho de identificação dos escombros, o que são fragmentos de itens
do museu”, afirmou, após entrevista coletiva ao lado da chefe da Missão
de Emergência da Unesco para o Museu Nacional, a italiana Cristina
Menegazzi, e do consultor do Centro Internacional de Estudos para a
Conservação e Restauro de Bens Culturais, José Luiz Pedersoli Junior,
que integra a missão.
“A
questão da reconstrução do prédio histórico em si também demanda tempo
de identificação dos metais, dos materiais arquitetônicos, das pinturas
murais. Acreditamos que é um trabalho que será gradativo, e que, em
várias etapas, se poderá ir gradualmente abrindo o museu novamente para
visitação da população”, acrescentou Marlova.
A missão,
que também é composta por dois especialistas de Colônia, na Alemanha,
está no Brasil desde o último dia 13 onde ficará por dez dias. A Unesco
está trabalhando em parceria com a Universidade Federal do Rio de
Janeiro, o Instituto Brasileiro de Museus e o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional. A partir das visitas técnicas ao museu,
Pedersoli Junior informou que as ações emergenciais concentram-se em
garantir a estabilidade estrutural do prédio para evitar o colapso e o
resgate tanto da coleção quanto dos elementos arquitetônicos que estão
entre os escombros.
“É
necessário criar rotas de acesso às diferentes salas porque as coleções
estavam distribuídas em três pisos para iniciar a operação de resgate.
No momento, há uma rota de acesso”, disse o consultor.
A chefe
da Missão de Emergência da Unesco para o Museu Nacional informou que
umas das possibilidades é empregar tecnologias avançadas como a 3D para a
recuperação do acervo. “É uma coleção muito variada. Alguns objetos são
únicos e outros são duplicatas, há muitos objetos do mesmo tipo.O
acervo poderia ser reconstituído com doações de outros museus com
coleções similares às que estavam no Museu Nacional”, avaliou. “A
maioria da coleção está inventariada o que é um aspecto muito importante
para saber o que realmente se perdeu”, acrescentou Cristina.
Recursos
A diretora e representante da Unesco no
Brasil informou que o trabalho de recuperação está sendo apoiado com
três fontes de recursos: o Fundo de Emergência da Unesco criado em 2015,
o aporte do Ministério da Educação de R$ 10 milhões para os esforços
iniciais de sustentação do prédio do museu e doações de outros países.
“Temos uma grande solidariedade internacional, com recursos que vêm de
vários países, como, por exemplo, a Alemanha que já sinalizou 10 milhões
de euros. Vários países estão sinalizando com doação de acervos e
recursos”.
Fonte-http://www.jairsampaio.com/r
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