Conta uma antiga lenda que as cabras foram os primeiros seres da face da Terra a experimentar os efeitos estimulantes da cafeína. Impressionado com o nível de energia cada vez maior dos animais, principalmente à noite, quando deveriam estar dormindo, um criador iemenita decidiu segui-los. Encontrou o rebanho devorando animadamente pequenos frutos vermelhos, que cresciam no meio do mato. Curioso, decidiu, ele mesmo, experimentar aquela planta desconhecida. Foi colocá-la na boca para se sentir possuído por um vigor impressionante.
A história, compilada nas Mil e uma noites, tem seu fundo de verdade. O Iêmen e a Etiópia são os pioneiros no cultivo de café. Se, hoje, a planta é mais conhecida pela bebida, no começo, a principal aplicação era medicinal. Existe, inclusive, uma receita do século 10, prescrita a um paciente árabe que sofria de males do intestino. Passado mais de um milênio, a cafeína volta a interessar os médicos, que têm visto na substância ativa um aliado das funções cognitivas.
Pesquisas científicas estão evidenciando o papel do café no combate a doenças degenerativas que afetam o cérebro, como os males de Parkinson e de Alzheimer. Experimentos feitos com animais sugerem um efeito protetivo contra a deterioração motora e o declínio mental que caracterizam, respectivamente, esses dois males. O estudo mais recente sobre as propriedades medicinais da cafeína indicaram que ela pode melhorar a memória de longo prazo, aquela que retém as informações em caráter definitivo.
Professor de psicologia e ciências do cérebro da Faculdade Krieger de Arte e Ciência, na Universidade de Johns Hopkins, Michael Yassa é um grande apreciador de café. Ele juntou o gosto pela bebida à sua linha de pesquisa — memória no envelhecimento e demência — para investigar se a cafeína teria algum efeito positivo sobre o armazenamento de informações. O ponto de partida de Yassa foi o conhecimento prévio de que a substância é um estimulante cerebral.
Fonte:http://www.robsonpiresxerife.com/
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