Médicos confirmaram que Kemilly Vitória, 2 anos e 8 meses, tem hipertricose.
Sessões de depilação a laser serão realizadas em Goiânia, uma vez ao mês.
Kemilly não têm pelos (Foto: Fernanda Borges/G1)
Kemilly foi avaliada pelo cirurgião na segunda-feira (2). Segundo Calil, a criança será submetida a sessões de depilação a laser, pelo menos uma vez por mês.
“Vamos começar com muita cautela para evitar os riscos de lesão na pele. Primeiro, será tratada a região da face, que é a que mais incomoda, e depois passaremos para o pescoço e assim por diante. Tudo vai depender de como ela reagir”, explicou o médico.
O cirurgião ressaltou que todo o procedimento será feito com anestesia, para que a menina não sinta dor. “Todos os menores de 12 anos que fizerem qualquer tratamento a laser no HMI recebem anestesia inalatória, que além de mais segura não deixa a criança traumatizada com o ambiente hospitalar”, disse.
A família de Kemilly mora em Augustinópolis, no Tocantins, e buscou ajuda na capital goiana após inúmeras consultas médicas. Segundo o pai, o eletricista Antônio de Souza, de 34 anos, todos estão ansiosos pelo início das sessões a laser. “Isso é tudo o que a gente queria. Não dá para descrever a felicidade que sentimos ao receber a ajuda, pois isso vai mudar a nossa vida completamente”, disse ao G1.
De acordo com o eletricista, antes de ir ao HMI, a menina foi avaliada pelos médicos do Hospital das Clínicas. “Apresentamos 13 exames que foram solicitados e, realmente, o caso da Kemilly é genético. Eles disseram que o melhor a fazer mesmo é o procedimento a laser e que não haveria problemas de ela iniciar agora. Além disso, o médico Calil foi muito bem recomendado e, por isso, não tivemos dúvidas em aceitar a ajuda”, ressaltou.
Não dá para descrever a felicidade que sentimos ao receber a ajuda"
Antônio de Souza, pai de Kemilly
Após a primeira sessão a laser, a família pretende voltar para casa. “Ainda nesta sexta-feira (6), se Deus quiser, iremos embora. Aí, em janeiro, voltaremos para mais uma aplicação”, afirmou o pai.
Segundo o eletricista, apesar de todo o sacrifício, ver a filha sem pelos como qualquer criança valerá a pena. “Daqui a pouco, ela estará na fase escolar, e o tratamento fará toda a diferença. Mesmo sabendo que os resultados virão daqui a dois ou três anos, não vamos desistir. Não tenho palavras para agradecer a todos os que nos ajudaram de alguma forma a conseguir essa ajuda”, concluiu o pai, emocionado.
Preconceito
A mãe de Kemilly, a dona de casa Patrícia Batista Pereira, de 22 anos, disse que, desde o nascimento da menina, já havia percebido que os pelos cobriam todo o corpo da criança, mas que eles foram escurecendo ao longo do tempo.
“Já fizemos de tudo o que se possa imaginar para tentar descobrir o que ela tem. Felizmente, ela é saudável e se desenvolve como uma criança normal. O problema mesmo é o excesso de pelos em todo o corpo. Só os pés e as mãos delas não têm”, destacou.
Ainda segundo a dona de casa, a menina ainda não entende de fato o que acontece com ela, mas já percebe que é diferente. “Quando ela vê outra criança, fica olhando e se esconde no cantinho. Uma vez, ela já me perguntou por que tinha tanto 'cabelo', e eu disse que era normal. Mas ela insistiu e pediu para que eu os arrancasse. Meu coração ficou partido”, lembrou Patrícia.
A menina já recebe acompanhamento psicológico na cidade onde mora, mas a mãe teme que o excesso de pelos faça com que ela cresça traumatizada. "Já flagrei mais de uma vez a Kemilly tentando arrancar os pelos dos braços sozinha. É claro que dói, e aí ela para. Por enquanto, eu converso com ela, o pai brinca e ela acaba se distraindo. Mas até quando? Mesmo que não tenha uma cura definitiva, vamos fazer o necessário para que ela possa se sentir igual aos outros", afirmou a mãe.
Fonte_Blog Lucineide Medeiros.
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