Hum...! Sem querer fazer lobby e nem nada...! Mas é preciso conhecer
para entender que ser diferente é normal...! Enquanto na Grécia clássica
(V a.C) a atração entre dois homens era vista como manifestação
legítima do desejo amoroso, na Idade Média, a homossexualidade foi
declarada crime. Os reis Eduardo I da Inglaterra e Luís IX da França
chegaram, inclusive, ao ponto de decretar a morte dos homossexuais na
fogueira. E Afonso X de Castela, pasmem, determinou que deviam ser
castrados e pendurados pelas pernas até morrer. Sendo assim, foram
colocados no mesmo nível dos assassinos e traidores. No século 19, a
homossexualidade foi incorporada ao campo da medicina, passando a ser
encarada pelos mais liberais como uma doença a ser tratada. Só
recentemente, na década de 60 – com o surgimento dos anticoncepcionais –
houve a dissociação entre ato sexual e reprodução. E a
homossexualidade, representante máxima dessa dissociação, tornou-se mais
aceita. A partir daí, a prática homo e a hétero se aproximam e o sexo
pode visar exclusivamente o prazer. É nessa época que surge o movimento
gay, disposto a mostrar que heterossexualidade não é a única forma de
sexualidade normal e, em 1973, a Associação Médica Americana retira a
homossexualidade da categoria de doença. Mas nem isso é suficiente para
acabar com o preconceito, pois a sociedade patriarcal impõe um ideal
masculino a ser perseguido por todos os homens – força, poder, sucesso –
e insiste em identificar masculinidade com heterossexualidade. O
resultado é que, apesar de toda a liberação dos costumes, os gays
continuam sendo hostilizados. É na adolescência que a orientação
afetivo-sexual se define. Assustado, o jovem muitas vezes não consegue
admitir nem para si mesmo seus sentimentos e desejos. Sabe que são
proibidos e fica confuso. Ninguém escolhe ser homossexual. A escolha é
outra: exteriorizar ou esconder. O primeiro ato sexual – o coming out – é
um momento decisivo na vida de um homossexual. Pode demorar muitos anos
para acontecer e, quanto mais tarde, mais afeta a personalidade. As
tentativas de suicídio são, nesses casos, duas vezes mais frequentes do
que no restante da população da mesma idade. Entretanto, passado o
coming out, os homossexuais apresentam um índice de suicídio muito
baixo. Afinal, ser homo não significa infelicidade, assim como os 90% da
população sabem que ser hétero não garante felicidade a ninguém. O
conflito homossexual, por maior que seja, vem do meio social. A
homofobia – ódio aos homossexuais – se manifesta entre os heterossexuais
pelo temor secreto dos próprios desejos homossexuais e também pela
angústia que causa o contato com os gays. Nesse contato, os
heterossexuais são levados a perceber suas próprias características
reprimidas – sensibilidade e passividade – que, por não serem
consideradas masculinas, indicariam fraqueza. A agressão e a violência
contra o gay tenta evitar que a masculinidade seja “contaminada”. O pior
inimigo do homossexual, entretanto, é a sua própria homofobia.
Introjetando de tal forma os valores da sociedade em relação à
homossexualidade, muitos gays se recriminam por desejar outro homem.
Negam completamente o sexo ou levam uma vida dupla, casando e tendo
filhos. É grande o esforço que fazem para acreditar que são
heterossexuais, mesmo à custa de muito sofrimento. O depoimento de
Andrew Sullivan, em seu livro Virtually Normal (Praticamente normal) é
bem interessante: “A experiência homossexual pode ser considerada uma
doença, uma perturbação, um privilégio ou uma maldição; pode ser
considerada digna de “cura”, retificada, abraçada ou suportada. Mas ela
existe. E ocorre independentemente de suas formas de expressão; está
inserida naquela área misteriosa e instável onde o desejo sexual e o
anseio emocional se encontram; atinge o cerne do que faz um ser humano
ser aquilo que ele ou ela é. A verdade é que, para a esmagadora maioria
dos adultos, a condição homossexual, é tão involuntária quanto o é para
os heterossexuais”.
Fonte: Uol
Imagam: Ilustrativa
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