Júlia de
Oliveira Campos estudava sete horas por dia para ser aprovada em
medicina. Neurocientista diz que é possível conciliar o vestibular com a
vida social.
Em uma rua de casas humildes, uma faixa chama a atenção de quem passa. Júlia passou em 12 universidades. Para um dos cursos mais disputados: Medicina.
“Às vezes as pessoas me perguntam: ‘Por que você fez esse tanto de vestibular?’ Eu fiz esse tanto de vestibular porque medicina é assim eu ouvi vários casos de que a pessoa deixou de passar porque o último colocado ficou um décimo na frente dele”, contou a estudante Júlia de Oliveira Campos.
Entre as 12 universidades, Júlia escolheu uma das mais conceituadas do Brasil. “Qualquer aluno que pensa em estudar medicina pensa na USP. É onde você vai ter mais oportunidades”, diz Júlia.
Por trás da vitória, uma família que batalhou muito. O pai dela, Seu Lincoln, é lavrador na pequena cidade de Paracatu, em Minas Gerais. “Como uma pessoa hoje vai competir nesse mundo sem saber inglês, sem saber espanhol, sem ter acesso a livros, sem ter acesso à internet? Isso é muito difícil. Mas a gente fura um buraco no cinto, arrocha ele e vai embora”, disse o lavrador Lincoln Campos.
O esforço do Seu Lincoln foi recompensado. Júlia está de malas prontas para conhecer a cidade onde vai se tornar médica. “O dia que ela sair por aquela porta não volta nunca mais. A gente só pode ajudar, mas o objetivo era esse mesmo. Acho que está cumprido”, afirmou Lincoln.
O estudo também ajudou a Tábata, de São Paulo, a vencer as dificuldades. A mãe é vendedora de flores. O pai, cobrador de ônibus. E a Tábata, campeã das Olimpíadas do Conhecimento. Ela passou no vestibular de física da USP. Mas sonha mais alto.
“Eu apliquei pra dez universidades americanas: Harvard, Yale, Stanford, Columbia e por aí vai. E todos os resultados vão sair entre março e abril”, contou Tábata Amaral de Pontes, 18 anos.
Enquanto Tábata ainda espera os resultados das universidades americanas, Gustavo Haddad Braga, de 17 anos, já comemora. Ele foi aprovado em Harvard. Vai estudar em uma das melhores universidades do mundo. “Quando recebi a notícia da aprovação, eu pulei da cadeira e abracei todo mundo”, disse Gustavo.
A Júlia se preparou para o vestibular estudando 12 horas por dia. “Eu ficava mais de 5 horas na escola. E fora da escola eu estudava mais sete horas”, contou a estudante.
Dá para conciliar a vida social e ter sucesso nos estudos. A neurocientista e diretora da Rede Sarah, Lúcia Willadino, dá dicas: “Reveze o estudo das matérias. Faça pausas a cada 50 minutos, levante, tome um copo d’água, com isso você não vai perder tempo, e sim ganhar, porque você volta a concentrar a atenção. Exercite o cérebro aprendendo diferentes assuntos, como arte, leitura, tudo isso é importante”.
Globo.com/Fonte:Blog Lucineide medeiros
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