sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Adolescente admite que ligou jet ski que matou criança em Bertioga

O adolescente de 13 anos admitiu nesta sexta-feira à polícia e ao Ministério Público que ligou e montou no jet ski que atropelou e matou a menina Grazielly Lames, 3, na praia de Guaratuba, em Bertioga (103 km de SP), no último dia 18.
Segundo o depoimento do jovem, um amigo também menor de idade acompanhava ele no veículo.
Ele afirmou também que teve a autorização dos empresários José Augusto Cardoso e Ana Júlia Campos Cardoso, padrinhos dele, para colocar na mar o veículo.
Uma testemunha-chave disse que o menino acelerou o jet ski de forma "repentina, violenta e total". O veículo teria empinado, quicado na água e seguido em alta velocidade até atingir a criança. A lei proíbe menores de 18 anos de dirigir jet ski.
O jet ski é propriedade de Cardoso, que é pré-candidato a prefeitura de Suzano, na Grande São Paulo. A mãe do menino confirmou que foi Cardoso quem autorizou o uso do aparelho.
A mãe disse que após o acidente foi para sua casa de veraneio, na Riviera de São Lourenço, por temer represálias da população.
O caso agora vai ser registrado como ato infracional, já que o suspeito é menor de idade. Antes do depoimento, o caso era investigado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
Cardoso deve ser ouvido pela polícia nos próximos dias. A reportagem tenta falar com ele desde o início da semana, sem sucesso.

Arquivo pessoal
Grazielly, 3, que morreu após ser atropelada por um jet ski em Bertioga, no litoral de SP
Grazielly, 3, que morreu após ser atropelada por um jet ski em Bertioga, no litoral de São Paulo
DEPOIMENTOS
Uma testemunha ouvida hoje disse que viu o caseiro levando o jet ski para a praia, contradizendo o depoimento de ontem de Erivaldo Francisco de Moura. Ele havia negado que entregou o equipamento para o adolescente.
Ainda de acordo com o advogado da família, a testemunha afirmou que viu os dois adolescentes em cima do jet ski empinado e a queda deles. Ela ainda relatou que o jet ski quase atropelou seus filhos na praia e chegou a atingir outra criança que ficou desacordada na areia antes de matar Grazielly.
O homem que veio de Mogi das Cruzes prestar depoimento disse apenas que foi relatar o que viu e não quis dar maiores detalhes.
Ontem (23) foram ouvidos a mãe, o pai, dois tios da menina e um funcionário da casa onde o garoto suspeito de estar com o jet ski estava hospedado.
"Não há nenhuma intenção da defesa de criar qualquer embaraço à apuração da verdade. Vamos trazer o garoto para ser ouvido, mas exijo o respeito que a lei dá ao menor. Esse assédio em submeter o garoto de 13 a uma situação constrangedora é absolutamente inviável", disse o advogado do adolescente, Maurimar Bosco Chiasso. Segundo Chiasso, os pais do menino devem comparecer à polícia junto com ele.
Para o advogado da família da menina atropelada, José Beraldo, os envolvidos devem responder por homicídio com dolo eventual e por omissão de socorro.
"O caseiro já informou que o proprietário da casa é o empresário José Cardoso e que os jovens haviam pego o jet ski e levado para a praia. Então houve autorização do proprietário", disse. Beraldo disse que levará uma testemunha do crime para depor amanhã.
O delegado afirmou que a princípio o caso seria de homicídio culposo (sem intenção) e que só o adolescente responderia pelo crime. O dono do jet ski responderia a primeira vista por danos patrimoniais causados.
Júnior afirmou ainda que não identificou o outro adolescente que estava com o adolescente suspeito no momento do acidente.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br

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