"Não há nada na natureza que não seja venenoso. Somente a dose certa diferencia o veneno do remédio". A frase dita pelo cientista suíço Paracelso, há mais de 400 anos, alerta para os riscos da automedicação. A agente administrativa Maiza Oliveira Pinheiro, 49 anos, não estudou a obra de Paracelso. E comprovou por si só que tomar remédios por conta própria é perigoso.
Depois de ingerir medicamento para dor de cabeça sem orientação médica, Maiza Pinheiro precisou ser levada com urgência ao pronto-socorro, apresentando sintomas de intoxicação. "Fiquei com muita dor no estômago, vomitei várias vezes e minha pele começou a coçar", descreve. Depois do susto, a funcionária pública só compra medicamentos com orientação médica. "O único remédio que compro sem receita é vitamina C", afirma. De acordo com a farmacêutica Jacira Prestes, 38 anos, procurar orientação médica e conversar com farmacêutico antes de comprar ou tomar remédios diminui os riscos de intoxicação por automedicação. "Muitos clientes entram aqui e se dirigem para a sessão dos antigripais. A gente se aproxima para orientar, mas eles ignoram. Dizem que não tem problema nenhum em tomar esses medicamentos", relata a farmacêutica.Para o presidente do Conselho de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremer), Luís Eduardo Barbalho de Melo, a facilidade da venda de remédios nas farmácias e o aumento do consumo de antigripais no final da estação chuvosa aumentam o risco de intoxicações. Os medicamentos que combatem sintomas de gripes, como analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios não precisam de prescrição médica. É só pegar os envelopes na sessão de antigripais e se dirigir para o caixa. "Não podemos proibir o consumo de remédios que aliviem os sintomas da gripe e nem mudar a cultura da automedicação", declara. Ele alerta que se os sintomas persistirem por 30 dias é preciso buscar orientação médica. Febre e moleza frequente podem indicar doenças tumorais como câncer.
Fonte:Dnonline.
Nenhum comentário:
Postar um comentário