No dia de hoje, duas datas necessitam ser lembradas pela importância que representam para qualquer nação no mundo: “o dia do livro” e “o dia do índio”. Para qualquer nação do mundo se as exceções não atingissem o Brasil, posto que em nosso país se exima em dar importância aos seus primeiros habitantes e ao caminho do conhecimento que tem no livro um de seus expoentes maiores.
Caetano Veloso, em uma de suas músicas, também intitulada “Livros”, começa, referindo-se ao universo de palavras guardadas que tivemos e ainda temos contatos, assim: “Tropeçavas nos astros desastrada/Quase não tínhamos livros em casa/E a cidade não tinha livraria/Mas os livros que em nossa vida entraram/São como a radiação de um corpo negro/Apontando para a expansão do universo/Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso/(E, sem dúvida, sobretudo o verso)/É o que pode lançar mundos no mundo”. É, continuamos quase sem livros em casa e em nossa cidade não há tantas bibliotecas…
Dia desses estivera a observar uma criança que sua atenção fora seduzida para o lixo. Vi que se dirigira em direção a uns caixotes cheios de livros ali jogados. Apanhou um, folheou desordenadamente como a indicar que não sabia ler. Pegou outro, demorou-se um pouco mais naquele, permitindo-me uma aproximação sem que percebesse. O livro era cheio de gravuras coloridas. Seus olhos se encheram de um brilho diferente; havia satisfação no que vira! Fotografias de animais que jamais conhecera e paisagens diferentes da nossa. Ela o levou para casa e deve ter mostrado a seus irmãos. O tempo que passou olhando as imagens contidas naquelas junções de páginas fê-la permanecer um pouco mais com seus parentes, fê-la esquecer as ruas. Quando aquela criança aprender a ler e escrever e tiver mais oferta de leitura além do lixo, com certeza será um ser humano mais feliz. É essa a magia dos livros!
Em Caicó quase que não há bibliotecas infanto-juvenis. As poucas que há são bastante saqueadas em função da pouca oferta em relação à demanda. E se há livros, poucos se reportam à história do índio em nossa cidade. Felizmente o último censo indicara que a população indígena do Estado tivera um aumento bastante significativo em relação ao ano de 1991. No Seridó há informações de alguns remanescentes em Acari e Currais Novos. Mas é necessário que os ainda restantes sejam preservados tais como dissera Caetano, desta feita na voz de Zé Ramalho, um trovador de aqui perto quando aduzira: “Um índio preservado em pleno corpo físico/Em todo sólido, todo gás e todo líquido/Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro/Em sombra, em luz, em som magnífico”.
Poucos livros e poucos índios. Até quando podemos ainda comemorá-los e tê-los entre nós, mesmo que seja para “Encher de vãs palavras muitas páginas/E de mais confusão as prateleiras…”
19 de abril de 2009.
Por: Gilberto Costa – Poeta e Vice-Prefeito.
Caetano Veloso, em uma de suas músicas, também intitulada “Livros”, começa, referindo-se ao universo de palavras guardadas que tivemos e ainda temos contatos, assim: “Tropeçavas nos astros desastrada/Quase não tínhamos livros em casa/E a cidade não tinha livraria/Mas os livros que em nossa vida entraram/São como a radiação de um corpo negro/Apontando para a expansão do universo/Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso/(E, sem dúvida, sobretudo o verso)/É o que pode lançar mundos no mundo”. É, continuamos quase sem livros em casa e em nossa cidade não há tantas bibliotecas…
Dia desses estivera a observar uma criança que sua atenção fora seduzida para o lixo. Vi que se dirigira em direção a uns caixotes cheios de livros ali jogados. Apanhou um, folheou desordenadamente como a indicar que não sabia ler. Pegou outro, demorou-se um pouco mais naquele, permitindo-me uma aproximação sem que percebesse. O livro era cheio de gravuras coloridas. Seus olhos se encheram de um brilho diferente; havia satisfação no que vira! Fotografias de animais que jamais conhecera e paisagens diferentes da nossa. Ela o levou para casa e deve ter mostrado a seus irmãos. O tempo que passou olhando as imagens contidas naquelas junções de páginas fê-la permanecer um pouco mais com seus parentes, fê-la esquecer as ruas. Quando aquela criança aprender a ler e escrever e tiver mais oferta de leitura além do lixo, com certeza será um ser humano mais feliz. É essa a magia dos livros!
Em Caicó quase que não há bibliotecas infanto-juvenis. As poucas que há são bastante saqueadas em função da pouca oferta em relação à demanda. E se há livros, poucos se reportam à história do índio em nossa cidade. Felizmente o último censo indicara que a população indígena do Estado tivera um aumento bastante significativo em relação ao ano de 1991. No Seridó há informações de alguns remanescentes em Acari e Currais Novos. Mas é necessário que os ainda restantes sejam preservados tais como dissera Caetano, desta feita na voz de Zé Ramalho, um trovador de aqui perto quando aduzira: “Um índio preservado em pleno corpo físico/Em todo sólido, todo gás e todo líquido/Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro/Em sombra, em luz, em som magnífico”.
Poucos livros e poucos índios. Até quando podemos ainda comemorá-los e tê-los entre nós, mesmo que seja para “Encher de vãs palavras muitas páginas/E de mais confusão as prateleiras…”
19 de abril de 2009.
Por: Gilberto Costa – Poeta e Vice-Prefeito.
Fonte:Blog Suébster Neri.
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