Após interromper gravidez de gêmeos na última quarta-feira, por meio de aborto, a menina de nove anos do município de Alagoinha (PE) que foi estuprada pelo padrasto recebeu alta na manhã desta sexta. Por volta das 6h, ela deixou a maternidade do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), na Encruzilhada, acompanhada pela mãe e por conselheiros tutelares. O médico Olímpio Moraes comemorou o resultado de todos os exames realizados na garota, inclusive o preventivo contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). “Ela foi muito bem nos exames. Deixou a maternidade feliz e aliviada junto a sua mãe esta manhã. Preferimos liberá-la cedo para evitar qualquer tipo de exposição. Foi uma saída tranqüila”, afirmou. O destino da menina será um abrigo no Recife, cujo nome será mantido em sigilo para preservar a privacidade. Na manhã de quarta-feira, a garota expeliu os fetos gêmeos que esperava após a administração de drogas abortivas. O procedimento é considerado legal pela legislação brasileira, pois grávidas vítimas de estupro podem fazer aborto até o quinto mês de gestação. A menina estava no quarto mês de gravidez. Abuso O caso veio à tona no dia 26 de fevereiro, quando a menina, que apresentava enjôos e vômitos, foi levada pela mãe para a Casa de Saúde São José, em Pesqueira, município vizinho à Alagoinha. Uma ultrassonografia diagnosticou a gravidez de 16 semanas. Na ocasião, o ginecologista José Severiano Cavalcanti, que atendeu a menina na unidade de saúde, antecipava que o aborto seria necessário para não por em risco a vida da garota, que tem características de subnutrição, medindo apenas um metro e trinta de altura. O suspeito, um desempregado de 23 anos, foi preso e encaminhado no dia 27 de fevereiro ao Presídio Juiz Plácido de Souza, em Caruaru. De acordo com a polícia, ele vivia com a mãe da criança desde 2005. A menina alegou que nunca contou que era abusada porque temia ser morta pelo agressor. Segundo a vítima, o padrasto jurava que iria matá-la, caso revelasse o “segredo” para a mãe. A garota disse ainda que o padrasto costumava dar R$ 1 para ter relações com ela. A violência sexual acontecia sempre quando a mãe se ausentava de casa. Já a mãe, de 39 anos, declarou nunca ter desconfiado de nada. Durante depoimento, o homem, suspeito de ter estuprado além da menina de 9 anos, a irmã dela, uma deficiente de 14 anos de idade confessou ao delegado Antônio Dutra ter abusado da menina mais velha, alegando ter sido seduzido pela garota, mas negou ter consumado o ato criminoso contra a caçula. "Ele contou que não penetrou na mais nova, mas que ejaculava sobre a menina", detalhou o delegado. De acordo com o Código Penal brasileiro, o padrasto poderá pegar mais de 15 anos de prisão em regime fechado. Igreja
O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, que lutava pela manutenção da gravidez da menina, condenou a realização do aborto pela equipe de médicos do Cisam. A autoridade eclesiástica classificou o procedimento como um "crime grave" e disse que houve "um homicídio contra duas vidas inocentes". Ainda segundo ele, o ato infringe duas leis: a lei de Deus - pois contraria o 5º mandamento, que diz "não matarás" - e a doutrina da Igreja Católica. Evocando os preceitos episcopais, o líder afirmou que todos os envolvidos no procedimento cirúrgico, incluindo os médicos e integrantes de ONGs feministas que apoiaram a interrupção, com exceção da menina, foram excomungados da instituição religiosa. O arcebispo disse ainda que irá fazer um manifesto público durante a missa de lançamento da campanha de fraternidade da Confederação Nacional do Bispos do Brasil (CNBB) na Regional Nordeste 2, neste sábado, na Basílica do Carmo, no Centro. Fonte: DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, que lutava pela manutenção da gravidez da menina, condenou a realização do aborto pela equipe de médicos do Cisam. A autoridade eclesiástica classificou o procedimento como um "crime grave" e disse que houve "um homicídio contra duas vidas inocentes". Ainda segundo ele, o ato infringe duas leis: a lei de Deus - pois contraria o 5º mandamento, que diz "não matarás" - e a doutrina da Igreja Católica. Evocando os preceitos episcopais, o líder afirmou que todos os envolvidos no procedimento cirúrgico, incluindo os médicos e integrantes de ONGs feministas que apoiaram a interrupção, com exceção da menina, foram excomungados da instituição religiosa. O arcebispo disse ainda que irá fazer um manifesto público durante a missa de lançamento da campanha de fraternidade da Confederação Nacional do Bispos do Brasil (CNBB) na Regional Nordeste 2, neste sábado, na Basílica do Carmo, no Centro. Fonte: DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
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