quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Trombose causou morte de lutador de jiu-jitsu de Guarapari, diz hospital

  • Paulo Agrizzi: infecção de causa desconhecida levou o atleta à morte em dez dias

    Paulo Agrizzi: infecção de causa desconhecida levou o atleta à morte em dez dias

Uma trombose causada por infecção, provavelmente bacteriana. Teria sido esta a causa da morte do lutador Paulo Agrizzi, de 24 anos, nesta terça-feira. Natural de Guarapari (ES), terceiro no mundo na categoria submission de jiu-jitsu e vice-campeão sul-americano, morreu após dez dias de agonia e mistério. No dia 14 deste mês, o lutador começou a reclamar de fortes dores no olho esquerdo.A família levou o atleta a um hospital de Guarapari, onde o médico receitou um colírio. De nada adiantou. As dores se intensificaram e os médicos começaram a desconfiar que a causa poderia ser uma meningite.O lutador foi, então, levado para Cariacica (Grande Vitória), onde foi internado. Lá, os médicos fizeram tomografia ressonância e até extração de líquido da coluna. Apesar do esforço, a infecção espalhou-se pelo cérebro. Paulo foi encaminhado para UTI, mas não resistiu à doença e morreu no dia 24.O Hospital Meridional, onde ficou internado o lutador, relatou que a causa da morte foi uma trombose no cérebro. Trata-se da formação ou desenvolvimento de um trombo, que é um coágulo sanguíneo. Ou seja, houve entupimento de veias no cérebro do lutador.De acordo com o pai do atleta, o fisiulturista Pepê Apolo, os médicos queriam continuar analisando o corpo após o óbito, a fim de descobrir o que causou a infecção, mas a família optou por levar o corpo de volta para Guarapari, onde foi realizado o velório na Câmara de Vereadores, que ficou lotada.Foi muito rápido, perdi meu filho em dez dias. Os médicos se empenharam, mas não tiveram êxito. Estamos em estado de choque", relatou Pepê para um repórter da TV Gazeta, do Espírito Santo. Segindo ele, o filho reclamava de fortes dores de cabeça e de estar vendo as imagens em dobradas.Para o médico infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Paulo Olzon Monteiro da Silva, tudo indica que o que vitimou o lutador foi a chamada trombose no seio cavernoso (região do cérebro), um quadro tão raro quanto fatal. "A trombose no seio cavernoso é gerada por infecções e pressiona a região do globo ocular, causando dores e estrabismo, o que leva à visão dobrada", afirma o especialista.De acordo com o infectologista, bactérias que se alojam no corpo de uma pessoa através de pequenas lesões ou cortes na face podem levar, no pior dos casos, ao quadro de trombose. "Atletas de ponta, submetidos a situações de estresse intenso e microlesões estão mais propícios a este tipo de fatalidade", conta Paulo Olzon.Ele explica que exercícios físicos intensos e estresse fazem com que aumente a quantidade de radicais livres no sangue, o que, por sua vez, baixa a resistência do corpo a doenças e infecções. "Cerca de 6% do oxigênio que respiramos acabam por se tornar radicais livres no sangue. Além disso, quando estamos sob estresse, nosso cérebro produz substâncias que também geram aumento de radicais livres. Assim, com a imunidade baixa, infecções normais podem se tornar letais. É raro, mas acontece", diz o médico.Para ele, uma maneira de reduzir este risco seria consumir alimentos que contêm antioxidantes, que são substâncias que combatem os radicais livres. "Alimentos ou suplementos que contenham vitaminas C e E são eficazes na redução dos radicais livres", conta.

Fonte:Uol.

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