sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Anvisa libera medir pressão e até gerar eletrocardiograma por smartwatches

 

Fonte-Robson Pires

Os relógios inteligentes agora já podem servir como instrumento para medir a pressão arterial e verificar batimentos cardíacos no Brasil, incluindo gerar eletrocardiograma. Duas gigantes do setor de tecnologia, a Apple e a Samsung foram as primeiras empresas a conseguir autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para instalar as funcionalidades em seus smartwatches.

Nos dois casos, a Anvisa aprovou dois aplicativos desenvolvidos por cada empresa para instalação nos relógios inteligentes, o Apple Watch e o Samsung Galaxy Watch 3, apresentado no Brasil nesta quarta-feira, 2. Esses relógios permitem a instalação de diversos softwares que monitoram a saúde dos usuários e podem detectar sintomas de doenças, como a fibrilação atrial um tipo de arritmia comum, marcada pelos batimentos irregulares e rápidos dos átrios.

O aval mais recente foi à Samsung, que obteve autorização para seus aplicativos nos dias 3 e 17 de agosto. Apple havia obtido autorização semelhante do governo em maio, quando a agência aprovou dois aplicativos da norte-americana, para medição de frequência cardíaca.

Um deles acompanha a frequência de pulso e notifica o usuário sobre ritmos irregulares e mais rápidos, indicando possível palpitação no coração. O outro gera um eletrocardiograma similar ao tradicional a partir dos batimentos do coração. Ambos foram disponibilizados para instalação a partir de atualizações do sistema operacional do relógio da Apple, em julho.

No caso da fabricante sul-coreana, o aplicativo de aferir pressão arterial usa sinais captados por um sensor óptico na parte traseira do relógio. Ele mede o pulso de forma não invasiva e, conforme a Anvisa, determina a pressão sistólica e diastólica e taxa de pulso. Os resultados são apresentados em gráficos e valores. Já o de eletrocardiograma permite que se meçam sinais cardíacos similares aos de exames hospitalares e pode detectar a fibrilação atrial.

A Anvisa classificou os aplicativos das duas empresas como dispositivos médicos de médio risco, mas alertou que a finalidade é apenas informativa, não sendo destinados a uso clínico. Eles não substituem consultas médicas, tampouco são capazes de diagnosticar hipertensão, problemas cardíacos e sinais de um ataque cardíaco. A agência recomenda que os resultados exibidos nos relógios sejam revisados por médicos antes de qualquer alteração no uso de medicamentos.

A Anvisa listou uma série de situações em que não recomenda o uso, como durante atividades físicas, procedimentos médicos e próximo a campos eletromagnéticos (aparelhos de raio-X e detectores de metais, por exemplo).

Os aplicativos também não são indicados para menores de 22 anos e, em alguns casos, grávidas e pessoas com algumas condições de saúde prévias, como diabetes, arritmia, insuficiência cardíaca, doença vascular, circulação comprometida, uso de marcapasso, entre outros. Todas as recomendações podem ser consultadas no site da Anvisa.

Estadão

PRF inicia Operação Independência e aumenta fiscalização nas rodovias federais

 


Fonte-Robson Pires

 

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai iniciar nesta sexta-feira (4), nas rodovias federais em Santa Catarina, a Operação Independência, que vai até a meia-noite de segunda-feira (7). Entre as ações dos policiais rodoviários, está a fiscalização de condutas que aumentam o risco de acidentes graves, como ultrapassagens indevidas, consumo de álcool antes de dirigir e a falta de capacete, cinto de segurança ou cadeirinhas para crianças.

A PRF orienta que os motoristas evitem os horários de pico, na noite de sexta-feira e entre a tarde e noite de segunda-feira.

Conforme o órgão, é esperado um fluxo maior de veículos vindos do Paraná trafegando na BR-101 e BR-280, rodovias do Norte catarinense, sobretudo no acesso às praias.

Vacina russa para Covid-19 induziu resposta imune e não teve efeitos adversos

 

Fonte- Robson Pires

 

A vacina russa para a Covid-19 não teve efeitos adversos e induziu resposta imune, indica um estudo com resultados preliminares publicado na revista científica “The Lancet”, uma das mais importantes do mundo, nesta sexta-feira (4). Os cientistas russos reconheceram a necessidade de mais testes para comprovar a eficácia da vacina.

Chamada de “Sputnik V”, a imunização foi registrada no mês passado na Rússia, mas a falta de estudos publicados sobre os testes gerou desconfiança entre a comunidade internacional.

No Brasil, o governo do Paraná firmou uma parceria para desenvolver a vacina russa e, nesta sexta (4), informou que o pedido de registro do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve ser feito em 10 dias. Os testes no país devem começar em 1 mês.

Indução de resposta

Segundo os resultados publicados, referentes às fases 1 e 2, não houve efeitos adversos até 42 dias depois da imunização dos participantes, e todos desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2) dentro de 21 dias.

Os cientistas do Instituto Gamaleya, que desenvolveu a vacina, disseram à imprensa que essa resposta foi maior do que a vista em pacientes que foram infectados e se recuperaram do novo coronavírus naturalmente.

A vacina russa foi testada em 76 pessoas. Todas receberam uma forma da vacina (veja detalhes das etapas dos testes mais abaixo), sem grupo de controle.

Além disso, os resultados também sugerem que a vacina produz uma resposta das células T, um tipo de célula de defesa do corpo, dentro de 28 dias. As células T têm, entre outras funções, destruir células infectadas por um vírus.

O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, disse que o resultado é importante, mas ressalta que ainda falta a fase 3, em que a vacina é testada em um grande número de pessoas.

“É um estudo aguardado, publicado em uma revista séria. Hoje a vacina pode ser categorizada como realmente uma candidata, mas isso ainda depende de estudo de fase três onde estão 7 outras vacinas”, disse Kfouri.

As fases 1 e 2 dos testes de uma vacina buscam verificar a eficácia e a segurança delas, ainda com menos participantes que a fase 3. Normalmente, os testes de fase 1 têm dezenas de voluntários, os de fase 2, centenas, e os de fase 3, milhares.

Na fase 3, o objetivo dos testes é verificar a eficácia em larga escala. As etapas costumam ser conduzidas separadamente, mas, no caso da pandemia, por causa da urgência dos resultados, várias vacinas têm sido testadas simultaneamente em mais de uma fase.

Os testes

A vacina russa usa dois vetores de adenovírus, que funcionam como um “veículo de lançamento” do novo coronavírus no corpo: um é o adenovírus humano recombinante tipo 26 (rAd26-S) e o outro é o adenovírus humano recombinante tipo 5 (rAd5-S), que foram modificados para expressar a proteína S do novo coronavírus. A proteína S é a que o vírus usa para entrar nas células e infectá-las.

Os adenovírus usados foram enfraquecidos, de modo que não pudessem se replicar nas células humanas e não podem causar doenças (o adenovírus geralmente causa o resfriado comum).

Duas “versões” da vacina foram testadas: uma congelada, destinada a cadeias de produção globais, e outra liofilizada (desidratada), destinada a locais difíceis de alcançar.

Não houve grupo controle (o que recebe uma substância inativa, o placebo, para que os cientistas possam comparar os efeitos em quem recebeu a vacina com os de quem não recebeu). Isso foi notado pelos autores como uma limitação do estudo.

Outro ponto limitante, indicam os cientistas, é que os voluntários incluídos eram relativamente jovens, com idades entre 20 e 30 anos. (Pessoas mais velhas correm mais risco de morrer pela infecção com o Sars-CoV-2).