domingo, 17 de outubro de 2010

Papa canoniza seis novos santos e pede que católicos rezem

O papa Bento XVI proclamou hoje seis novos santos, inclusive a primeira santa australiana, e recomendou que os fieis não se desesperem, mas que insistam na oração, durante a missa celebrada neste domingo na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Foram canonizados o sacerdote polonês Stanislaw Kazimierczyk Soltys; o religioso canadense Alfred (André) Bessete; a monja espanhola Cándida María de Jesús (Joana Josefa) Cipitria y Barriola; a primeira santa australiana, Mary Helen (Maria da Cruz) MacKillop; e as italianas Giulia Salzano e Battista Camilla da Varano.

A tentativa de canonizar a freira australiana começou em 1926. Ela costumava ter embates com padres por causa da dominância masculina no catolicismo, e teve um papel importante na denúncia de casos de pedofilia nas igrejas da Irlanda, há mais de um século. Novos documentos mostram que autoridades tentaram excomungar Maria da Cruz por revelar que padres abusavam sexualmente de menores.

O Pontífice afirmou que a decisão de canonizar Maria Helen e os outros cinco foi tomada "depois ter refletido longamente, invocado muitas vezes a ajuda divina e escutado os pareceres de muitos irmãos no episcopado", e que eles foram agora inscritos "na Árvore dos Santos".

Ainda em seu pronunciamento, o líder máximo da Igreja Católica comentou que "a liturgia deste domingo nos oferece um ensinamento fundamental, a necessidade de rezar sempre sem se cansar". "Às vezes nos cansamos de rezar, temos a imprensão de que a oração não é tão útil para a vida, que é pouco eficaz. Por isso, somos tentados a nos dedicar à atividade, a empregar todos os meios humanos para atingir nossos objetivos, e não recorremos a Deus", lamentou Bento XVI.

O Papa também advertiu que "é claro que a oração deve ser expressão de fé, senão não é verdadeira oração". "Se alguém não crê na bondade de Deus, não pode rezar de modo verdadeiramente adequado. A fé é essencial e base da atitudade da oração", acrescentou ele.

Na continuação da cerimônia, o chefe de Estado do Vaticano prosseguiu nas respectivas línguas de cada um dos seis novos santos, indicando exemplos deixados por eles -- como a "educação" e "cuidado dos necessitados" de Stanislaw Kazimierczyk e a "caridade ilimitada" e "esforço em aliviar os sofredores" de Alfred Bessete.

De Cándida Cipitria y Barriola recordou que a freira espanhola se dedicou à instrução e "à promoção da mulher"; lembrou que Mary MacKillop promoveu desde jovem a educação dos pobres, assim como Giulia Salzano; e comentou que Battista Camilla da Varano foi protagonista do "movimento de reforma da espiritualidade feminina franciscana". Participaram da cerimônia de hoje cinco cardeais, dez arcebispos, 13 bispos e 20 sacerdotes, além das delegações oficiais de cada país.

Estiveram presentes o presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski; o chanceler e ex-premier australiano, Kevin Rudd; o chanceler canadense, Lawrence Cannon; o secretário de Justiça da Espanha, Juan Carlos Campo Moreno; e o subsecretário do governo italiano, Gianni Letta.

Da Agência O Globo

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